JOSÉ ANTONIO CORDÓN E O ECOSSISTEMA DO LIVRO DIGITAL
A
comunicação de José António Cordón, na Faculdade de Letras de Lisboa,
no passado dia 29 de Maio, perante uma plateia composta maioritariamente
por alunos e professores do curso de Ciências Documentais, teve como
ponto de partida a mudança de paradigma que está a acontecer nos livros e
na leitura. Os livros em papel estão a dar lugar aos livros
electrónicos.
A
leitura linear, a que os livros tradicionais nos habituaram, tende a
ser substituída por uma leitura fragmentada. O livro tradicional, o
objecto perfeito e acabado, em que o autor e o editor têm o papel mais
importante, dá lugar ao livro electrónico, decomposto em capítulos,
enriquecido com metadados e processos colaborativos, visível nos mais
diversos contextos, desde os catálogos às redes sociais. Neste
paradigma, o autor e o editor são apenas uma parte do processo. A outra
parte, de igual ou maior importância, está nas plataformas digitais, no software e nas aplicações que permitem a visibilidade e a usabilidade do livro electrónico.
É,
precisamente, neste novo contexto que reside o drama da produção
científica actual, como reforçou José Afonso Furtado, um dos
intervenientes no debate. O mercado mundial dos livros electrónicos é
dominado por um pequeno número de editoras comerciais, que privilegiam a
língua inglesa, as ciências aplicadas e as áreas que interessam aos
países mais desenvolvidos. Em Espanha, como aliás tem acontecido na
América Latina, têm surgido novos projectos, como o priemiado E-lectra, de que J. A. Cordón, é responsável, e o desenvolvimento da plataforma Scielo para estudos humanísticos e para as ciências sociais, em castelhano.
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