quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Sobre o livro . Relendo Jorge Luís Borges




Like This
Nota: Retirado desta página (muito interessante) do Facebook (MP

"Dos diversos instrumentos do homem, o mais assombroso é, indubitavelmente, o livro. Os outros são extensões do seu corpo. O microscópio e o telescópio são extensões da vista; o telefone é o prolongamento da voz; seguem-se o arado e a espada, extensões do seu braço. Mas o livro é outra coisa: o livro é uma extensão da memória e da imaginação.
Em «César e Cleópatra» de Shaw, quando se fala da biblioteca de Alexandria, diz-se que ela é a memória da humanidade. O livro é isso e também algo mais: a imaginação. Pois o que é o nosso passado senão uma série de sonhos? Que diferença pode haver entre recordar sonhos e recordar o passado? Tal é a função que o livro realiza.
(...) Se lemos um livro antigo, é como se lêssemos todo o tempo que transcorreu até nós desde o dia em que ele foi escrito. Por isso convém manter o culto do livro. O livro pode estar cheio de coisas erradas, podemos não estar de acordo com as opiniões do autor, mas mesmo assim conserva alguma coisa de sagrado, algo de divino, não para ser objecto de respeito supersticioso, mas para que o abordemos com o desejo de encontrar felicidade, de encontrar sabedoria"

Jorge Luís Borges, in 'Ensaio: O Livro'

domingo, 28 de outubro de 2012

" A SHOP WITH BOOKS IN" É UMA CANÇÃO SOBRE BIBLIOT...









There’s a story waiting inside
Behind the door, as it opens wide
And I wander in, hoping to find
Something
As they tell the stories we know
And those we don’t are waiting to be held,
And taken home
There’s a strange man inside
Who knows what I like
He’ll rush with tea to my side
And a stack of books piled high
If I’m lucky enough there will be lots of stuff
That makes me smile inside
A shop with books in….
Shelves stacked high
Fills my eyes
Cant describe
Who knows what you’ll find
A lovely lady guides me through
I smell the pages, excitement grew
How glad am I to be In company, of such
Purveyors of quality
Her knowledge is vast, Her hand reaches out
And pulls the spine of a beautifully bound
Book of delights, Picked especially for me
(ooooh, I’m so happy)
A shop with books in….

[This is a song we wrote about bookshops, for Independent Booksellers' Week (30th June - 7th July 2012), a national celebration of independent bookshops, with hundreds of events taking place all over the country.]

Nota: Agradeço a Angelina Maria Pereira autora do Blogue Bibliotecar cujo interesse nunca é demais realçar. Um abraço, Angelina.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

O bibliotecário e memoralista Edson Nery da Fonseca

Edson Nery da Fonseca

Para quem como eu gosta de ler memórias este artigo que um colega brasileiro me enviou, publicado na Revista do Piaui, é interessantissimo e por isso aconselho a sua leitura. Nele se fala sobre a amizade de Edson pelo sociólogo Gilberto Freire pelo seu encanto pelo poeta Manuel Bandeira que recitava com frequência sabendo os seus poemas de cor. Basta clicar em: http://revistapiaui.estadao.com.br/edicao-72/figuras-das-letras/o-memorialista


 

domingo, 1 de julho de 2012

O cão que comeu o livro...: Quatro tipos de leitores segundo Coleridge / Four ...




Agnolo Bronzino (1503 – 1572)

Quatro tipos de leitores segundo Coleridge:


1. Sponges, who absorb all that they read and return it in nearly the same state, only a little dirtied. 

2. Sand-glasses, who retain nothing and are content to get through a book for the sake of getting through the time. 

3. Strain-bags, who retain merely the dregs of what they read. 

4. Mogul diamonds, equally rare and valuable, who profit by what they read, and enable others to profit by it also".



Samuel Taylor Coleridge

Fonte que vivamente aconselho :
Blogue " O cão que comeu o livro"

Roger Chartier sobre a leitura

 


"Hábito de ler está além dos livros"

Autor: Amanda Cieglinski - Agência Brasil
24/06/2012


Um dos maiores especialistas em leitura do mundo, o francês Roger Chartier destaca que o hábito de ler está muito além dos livros impressos e defende que os governos têm papel importante na promoção de uma sociedade mais leitora.
O historiador esteve no Brasil para participar do 2º Colóquio Internacional de Estudos Linguísticos e Literários, realizado pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Em entrevista à Agência Brasil, o professor e historiador avaliou que os meios digitais ampliam as possibilidades de leitura, mas ressaltou que parte da sociedade ainda está excluída dessa realidade. “O analfabetismo pode ser o radical, o funcional ou o digital”, disse.
Agência Brasil: Uma pesquisa divulgada recentemente indicou que o brasileiro lê em média quatro livros por ano (a pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, divulgada pelo Instituto Pró-Livro em abril). Podemos considerar essa quantidade grande ou pequena em relação a outros países?
Roger Chartier: Em primeiro lugar, me parece que o ato de ler não se trata necessariamente de ler livros. Essas pesquisas que peguntam às pessoas se elas leem livros estão sempre ignorando que a leitura é muito mais do que ler livros. Basta ver em todos os comportamentos da sociedade que a leitura é uma prática fundamental e disseminada. Isso inclui a leitura dos livros, mas muita gente diz que não lê livros e de fato está lendo objetos impressos que poderiam ser considerados [jornais, revistas, revistas em quadrinhos, entre outras publicações]. Não devemos ser pessimistas, o que se deve pensar é que a prática da leitura é mais frequente, importante e necessária do que poderia indicar uma pesquisa sobre o número de livros lidos.
ABr: Hoje a leitura está em diferentes plataformas?
Chartier: Absolutamente, quando há a entrada no mundo digital abre-se uma possibilidade de leitura mais importante que antes. Não posso comparar imediatamente, mas nos últimos anos houve um recuo do número de livros lidos, mas não necessariamente porque as pessoas estão lendo pouco. É mais uma transformação das práticas culturais. É gente que tinha o costume de comprar e ler muitos livros e agora talvez gaste o mesmo dinheiro com outras formas de diversão.
ABr: A mesma pesquisa que trouxe a média de livro lidos pelos brasileiros aponta que a população prefere outras atividade à leitura, como ver televisão ou acessar a internet.
Chartier: Isso não seria próprio do brasileiro. Penso que em qualquer sociedade do mundo [a pesquisa] teria o mesmo resultado. Talvez com porcentagens diferentes. Uma pesquisa francesa do Ministério da Cultura mostrou que houve uma redistribuição dos gastos culturais para o teatro, o turismo, a viagem e o próprio meio digital.
ABr: Na sua avaliação, essa evolução tecnológica da leitura do impresso para os meios digitais tem o papel de ampliar ou reduzir o número de leitores?
Chartier: Representa uma possibilidade de leitura mais forte do que antes. Quantas vezes nós somos obrigados a preencher formulários para comprar algo, ler e-mails. Tudo isso está num mundo digital que é construído pela leitura e a escrita. Mas também há fronteiras, não se pode pensar que cada um tem um acesso imediato [ao meio digital]. É totalmente um mundo que impõe mais leitura e escrita. Por outro lado, é um mundo onde a leitura tradicional dos textos que são considerados livros, de ver uma obra que tem uma coerência, uma singularidade, aqui [nos meios digitais] se confronta com uma prática de leitura que é mais descontínua. A percepção da obra intelectual ou estética no mundo digital é um processo muito mais complicado porque há fragmentos e trechos de textos aparecendo na tela.
ABr: Na sua opinião, a responsabilidade de promover o hábito da leitura em uma sociedade é da escola?
Chartier: Os sociólogos mostram que, evidentemente, a escola pode corrigir desigualdades que nascem na sociedade mesmo [para o acesso à leitura]. Mas ao mesmo tempo a escola reflete as desigualdades de uma sociedade. Então me parece que, também, é um desafio fundamental que as crianças possam ter incorporados instrumentos de relação com a cultura escrita e que essa desigualdade social deveria ser considerada e corrigida pela escola que normalmente pode dar aos que estão desprovidos os instrumento de conhecimento ou de compreensão da cultura escrita. É uma relação complexa entre a escola e o mundo social. E é claro que a escola não pode fazer tudo.
ABr: Esse é um papel também dos governos?
Chartier: Os governos têm um papel múltiplo. Ele pode ajudar por meio de campanhas de incentivo à leitura, de recursos às famílias mais desprovidas de capital cultural e pode ajudar pela atenção ao sistema escolar. São três maneira de interação que me parecem fundamentais.
ABr: No Brasil ainda temos quase 14 milhões de analfabetos e boa parte da população tem pouco domínio da leitura e escrita – são as pessoas consideradas analfabetas funcionais. Isso não é um entrave ao estímulo da leitura?
Chartier: É preciso diferenciar o analfabetismo radical, que é quando a pessoa está realmente fora da possibilidade de ler e escrever da outra forma que seria uma dificuldade para uma leitura. Há ainda uma outra forma de analfabetismo que seria da historialidade no mundo digital, uma nova fronteira entre os que estão dentro desse mundo e outros que, por razões econômicas e culturais, ficam de fora. O conceito de analfabetismo pode ser o radical, o funcional ou o digital. Cada um precisa de uma forma de aculturação, de pedagogia e didática diferente, mas os três também são tarefas importantes não só para os governos, mas para a sociedade inteira.
ABr: Na sua avaliação, a exclusão dos meios digitais poderia ser considerada uma nova forma de analfabetismo?
Chartier: Me parece que isso é importante e há uma ilusão que vem de quem escreve sobre o mundo digital, porque já está nele e pensa que a sociedade inteira está digitalizada, mas não é o caso. Evidente há muitos obstáculos e fronteiras para entrar nesse mundo. Começando pela própria compra dos instrumentos e terminando com a capacidade de fazer um bom uso dessas novas técnicas. Essa é uma outra tarefa dada à escola de permitir a aprendizagem dessa nova técnica, mas não somente de aprender a ler e escrever, mas como fazer isso na tela do computador.

Publicado no blogue
www.blogdogaleno.com.br
por indicação do Bibliotecar 










quinta-feira, 24 de maio de 2012

"Matilda" de Roald Dahl ou a leitura como refúgio


Matilda by Roald Dahl - Powell's Books

À cerca do livro:
 "For most kids, The Trunchbull is pure terror, but for Matilda, she's a sitting duck.
Who put superglue in Dad's hat? Was it really a ghost that made Mom tear out of the house? Matilda is a genius with idiot parents—and she's having a great time driving them crazy. But at school things are different. At school there's Miss Trunchbull, two hundred menacing pounds of kid-hating headmistress. Get rid of The Trunchbull and Matilda would be a hero. But that would take a superhuman genius, wouldn't it?"

Retirei a informação do blogue Bibliotecar que publicou via :
http://www.unshelved.com/2011-3-4

sábado, 12 de maio de 2012

Número temático da revista Informação & Informação


É sempre agradável encontrar notícias como esta na caixa de correio:
"a revista Informação & Informação publicou um número temático sobre "Conceitos na Organização e Representação do Conhecimento", disponível em http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/informacao. Convidamos a navegar no sumário da revista para acessar os artigos e outros itens de seu interesse."

 Fui ver e o resultado foi excelente. Aqui fica o endereço e não deixem de passar por lá. O tema fala por si.
 Agradeço à colega Brígida Maria Nogueira Cervantes que através do EDICIC enviou a notícia.

sábado, 3 de março de 2012

O fim do paraíso para os estudiosos.


Pois foi assim. Encerraram a Library.nu essa fonte inesgotável de saber. Ali encontrei livros que há muito procurava e cujo preço me impedia de os comprar. Aproveitei e indiquei aos meus alunos que, como devem calcular, não vendem livros e a grande maioria não tem ordenados ao alcance da aquisião de livros de texto obrigatórios. As bibliotecas universitárias, com orçamentos baixos, lutam para conseguirem comprar livros. Na Library.nu encontravamos tudo ou quase tudo. Excelente artigo cuja leitura aconselho. Basta clicar no link abaixo.

The disappearing virtual library - Opinion - Al Jazeera English

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Ler é preciso, viver também é preciso...


Pois é. Escolhi para título do  primeiro post de 2012 uma frase que pode esconder uma certa ambiguidade. Lembrei-me da canção do Chico Buarque de Hollanda que tem na letra algo como "navegar é preciso...viver também é preciso". Julgo eu porque às vezes "adaptamos" às letras das músicas palavras que não estão lá mas que nós gostaríamos que estivessem porque nos soam bem. É o caso. Talvez um dia destes escreva aqui algo sobre o que por vezes me soa como sacralização da leitura e, pior ainda, do livro. Pior, porquê? Aqui entra a diferença entre pensamento e objecto. Um bibliófilo tem amor, não querendo generalizar, não ao conteúdo do livro mas ao objecto que o livro representa. Claro que não quero generalizar mas já generalizando afirmo. 
A leitura abre-nos horizontes . Não faço distinção entre obras maiores ou menores pois o que me interessa é o leitor e o prazer que daí retira. Sempre me aborreceram as chamadas leituras obrigatórias. O parecer mal não ter lido. Tanta hipocrisia se esconde nesses pseudo prazeres como se fossem encontros entre gente de "boa" ou "má" família. Deixem-se disso! Leiam os Direitoss do Leitor de Daniel Pennac :

Já agora aqui deixo um vídeo sobre o incentivo à leitura que achei simples e original. Sem grande retórica.
Cliquem para ver .
http://vimeo.com/31603360




Daniel Pennac 
Como um romance
Colecção: Pequenos Prazeres
Nº págs.: 174
ISBN: 9789724112008